Legacy Of Kain - Defiance

¤ Nome: Autor: dUfuZ - Publicada em 09/04/2004 é um jogo de ação em terceira pessoa, seqüência de , lançado para Playstation e PC em 1995. Na verdade, a série LOK consiste de cinco games: além do , tivemos , e agora .
A história deste jogo é conturbada e um tanto quanto complexa, e foi escrita basicamente para quem já jogou ou conhece os outros da série, mas mesmo assim, ainda é perfeitamente possível que você não consiga acompanhar ou entender algum trecho. Isso não é só pelo fato do jogo ter toda sua narração em inglês, mas sim por sua narração complexa, cercada de muitos eventos e que alterna muitas vezes entre o passado e o presente.
Mais uma vez o jogador encontra-se no sombrio mundo de , mas de um modo inédito em todos os jogos da série, podendo controlar tanto o mocinho (Raziel) quanto o bandido (Kain), em situações que vão acontecendo nos mesmos lugares em épocas diferentes, o que já é um indício de uma boa trama.
A jornada de Kain começa quando ele ataca a fortaleza dos para confrontar o manipulador Moebius, que parece saber como os destinos de Kain e Raziel irão se cruzar e o que vai acontecer na terra de , uma vez que os conflitos entre eles cheguem a um fim. A jornada de Raziel inicia-se quando este se livra dos tentáculos do ser em forma de polvo chamado Elder God e sai em busca do que o seu destino lhe reserva. A força da série sempre concentrou-se nos dois personagens principais, embora os títulos Soul Reaver estrelassem Raziel com muitas inovações na jogabilidade e puzzles simples e intuitivos, mas de forma alguma deixavam de desafiar o jogador. Defiance, agora disponível para PC apenas algumas semanas depois de aparecer para o Xbox e o Playstation 2, segue os passos de seus antecessores, oferecendo um rápido e novo sistema de lutas, um frame rate sólido típico dos jogos da série e uma apresentação geral que dá dica sobre uma forte influência de Devil May Cry (Playstation 2).
Ressaltadas todas as qualidades acima, aliadas a um enredo forte e cativante, veremos logo abaixo o que esse jogo pode nos proporcionar em cada quesito.
Como dito acima, este é o primeiro título da série que oferece ao jogador a chance de jogar tanto com Kain como Raziel, nos mesmos lugares e em épocas diferentes. Esta novidade adiciona uma variação raramente vista em jogos, aumentando o suspense e o drama ao se progredir na história. Deixando de lado um pouco esta característica, Defiance é um game clássico de ação/aventura em terceira pessoa com a jogabilidade e controles mais do que conhecidos pela maioria dos gamers, e por ser considerado uma conversão para PC de um título feito para consoles, alguns elementos básicos de jogabilidade padrão estão faltando, mas nada que comprometa esta bela obra de arte.
Ambos os personagens têm que se alimentar da sua vítima para restaurar sua barra de vida. Kain suga o sangue, tanto por telecinese ou, como pela primeira vez na série, com uma bela mordida no pescoço, como qualquer vampiro deve fazer. Já Raziel literalmente engole suas almas. Quando em lutas com um grupo de inimigos, não é perigoso parar de lutar e fazer um “lanchinho”, sendo que os outros inimigos tendem a esperar enquanto você se alimenta. Já característica marcante da série, mesmo se a barra de vida acabar, você volta para o último checkpoint salvo, e como nossos personagens são imortais, o combate não é tão desafiador.
O fator mais irritante (e que aparece a todo o momento) é a câmera fora de controle. Como a câmera é completamente independente da movimentação do personagem, usando o mouse e teclado fica praticamente impossível jogar. Em vários pontos do game você está predestinado a ficar com um ângulo ruim da câmera de um jeito ou de outro, mesmo usando somente o teclado. Quando você fica em uma quina, pula de uma plataforma a outra, luta contra múltiplos inimigos, ou simplesmente vira em uma direção contrária a que estava, a câmera raramente oferece uma perspectiva agradável. Este problema de controle da câmera realmente aborrece e até os mais entusiastas da série perdem a paciência. Sorte que a estrutura das fases são lineares a maior parte do tempo, o que ajuda o jogador a completar o games, mas justamente nas posições mais críticas é que essa câmera dificulta e muito. Dada esta dificuldade com a câmera, os jogadores podem perder alguns lugares importantes, bem como elementos essenciais para completar um puzzle, ou até mesmo passagens necessárias para progredir no game.
LOK: Defiance contém uma grande diversidade de movimentos tanto para Kain quanto para Raziel. Eles têm uma certa quantidade de movimentos iguais, bem como a escolha de poderes telecinéticos para utilizar em combate. Equipados com as poderosas espadas reaver, com as quais são possíveis executar combos performáticos, ganhos conforme o jogador progride no game. Kain tem habilidades únicas, como agarrar seus oponentes à distância e joga-los longe ou até mesmo atirá-los em espetos ou outras superfícies pontiagudas espalhadas pelos cenários. Para compensar, Raziel possue uma coleção de espadas reaver, cada qual com uma utilidade para poder passar em determinados castelos ou portais, de quebra, recebendo um poder especial como, por exemplo, acender pilares com fogo ou tornar-se invisível por alguns segundos e passar desapercebido por guardiões de portais.
O mais importante, no entanto, foi que a fez um excelente trabalho na construção das fases e dos puzzles, deixando-os em número suficiente para não ficar nem muito fácil nem muito lento e penoso. A versão de Defiance para PC é essencialmente idêntica às versões de console, a única diferença é poder jogar em resoluções maiores. É claro que um gamepad com oito botões e controles analógicos é mais do que recomendado, principalmente para o controle da câmera, mas ainda assim não se tornam obrigatórios.
Apesar de uma excelente atuação de voz por parte dos intérpretes, que confere um realismo a mais na história, o som de Defiance não chega a impressionar. A trilha sonora sintetizada, que só dá as caras em combates e praticamente some durante o resto do jogo, toca repetidamente sem nenhuma variação, e no pior dos casos, chega a ser de mal gosto.
Muitos dos efeitos de som são reciclados de versões anteriores da série, os sons de combate são bem fracos e o som ambiente é mínimo. Quando Raziel está no plano espectral, não há música. No entanto, há uma faixa que fica em loop constante onde se pode ouvir uma mulher chorando, entre outros efeitos “assustadores”, mas como você vai gastar muito tempo no plano espectral, o som rapidamente passa desapercebido.
A qualidade gráfica parece muito empolgante à primeira vista, mas conforme as fases vão passando, perde-se um pouco o brilho. Em um PC médio, na maioria do tempo você terá um framerate muito bom e poucas situações de slowdown será perceptível. Em um PC de ponta, você vai ter gráficos muito bem polidos e extremamente detalhados, muito melhor que as versões console. A modelagem dos personagens é impressionante, juntamente com as texturas elaboradas que adornam de vez em quando a complexa arquitetura das fases.
No quesito decoração, temos cenários espetacularmente decorados com murais góticos bastante detalhados, com um uso caprichado de e efeitos de partículas, fazendo de Defiance uma experiência única, a um clima realmente espetacular. A arte nunca fica monótona, assim como o plano espectral introduz toda uma nova gama de detalhes de formas e texturas distorcidas, com uma atmosfera impressionante.
No entanto, a maioria dos inimigos e muitas das animações no jogo são medianas, e o detalhamento da paisagem se resume a pedaços de jarros e pedras quebradas. Mas, no geral, o visual se destaca como um dos pontos mais fortes do jogo. tem uma apresentação espetacular e um ótimo enredo, ingredientes básicos de um excelente game, mas mesmo assim peca em alguns detalhes como som fraco e posicionamento da câmera muito ineficaz. Mesmo assim, é uma excelente indicação para novatos na série e uma obrigação para quem já jogou os anteriores. O jogo mostra que, cada vez mais, as produtoras se preocupam com um bom enredo para prender o jogador, faltando apenas um capricho na jogabilidade, que apesar de inovar em alguns pontos, poderia ter sido melhor trabalhada.