Caetano Veloso - Abraçaçoseeders: 24
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Caetano Veloso - Abraçaço (Size: 117.01 MB)
Description
- CAETANO VELOSO - ABRAÇAÇO
1. A bossa nova é foda (Caetano Veloso) 2. Um abraçaço (Caetano Veloso) 3. Estou triste (Caetano Veloso) 4. O império da lei (Caetano Veloso) 5. Quero ser justo (Caetano Veloso) 6. Um comunista (Caetano Veloso) 7. Funk melódico (Caetano Veloso) 8. Vinco (Caetano Veloso) 9. Quando o galo cantou (Caetano Veloso) 10. Parabéns (Caetano Veloso e Mauro Lima) 11. Gayana (Rogério Duarte) A bossa nova é foda O bruxo de Juazeiro numa caverna do louro francês (quem terá tido essa fazenda de areais?) fitas-cassete, uma ergométrica, uns restos de rabada. Lá fora o mundo ainda se torce para encarar a equação pura-invenção/dança-da-moda. A bossa nova é foda. O magno instrumento grego antigo diz que quando chegares aqui que é um dom que muito homem não tem que é influên- cia do jazz e tanto faz se o bardo judeu romântico de Minnesota, porqueiro Eumeu o reconhece de volta a Ítaca: a nossa vida nunca mais será igual Samba-de-roda, neo-carnaval, Rio São Francisco, Rio de Janeiro, canavial. A bossa nova é foda. O tom de tudo comanda as ondas do mar, ondas sonoras com que colore no espacial. homem cruel destruidor, de brilho intenso, monumental, deu ao poeta, velho profeta, a chave da casa de munição. O velho transformou o mito das raças tristes Em Minotauros, Junior Cigano, em José Aldo, Lyoto Machida, Vítor Belfort, Anderson Silva e a coisa toda: a bossa nova é foda. *** Um abraçaço Dei um laço no espaço Pra pegar um pedaço Do universo que podemos ver Com nossos olhos nus Nossas lentes e azuis Nossos computadores-luz Esse laço era um verso Mas foi tudo perverso Você não se deixou ficar No meu emaranhado Foi parar do outro lado Do outro lado de lá de lá Ei Hoje eu mando um abraçaço Um amasso, um beijaço Meu olhar de palhaço Seu orgulho tão sério Um grande estardalhaço Pro meu velho cansaço Do eterno mistério Meu destino eu não traço Não desenho ou desfaço O acaso é o grão-senhor Tudo o que não deu certo E sei que não tem conserto Meu silêncio chorou chorou Ei Hoje eu mando um abraçaço *** Estou triste Estou triste tão triste Estou muito triste Por que será que existe o que quer que seja? O meu lábio não diz, o meu gesto não faz Sinto o peito vazio E ainda assim farto Estou triste tão triste E o lugar mais frio do Rio É o meu quarto. *** O império da lei O império da lei há de chegar no coração do Pará, O império da lei há de chegar no coração do Pará, O império da lei há de chegar lá. Quem matou meu amor Tem que pagar E ainda mais quem mandou matar Ter olho no olho do Jaguar, Virar Jaguar O império da lei há de chegar no coração do Pará. *** Quero ser justo Disse que vinha e veio Lá do norte O mar nos olhos Era mesa sem molhos E eu nem cri na minha sorte Houve curiosidade e um calmo susto Alguma palidez por trás do ouro Do seu rosto. Quero ser justo: Mesmo que não pudéssemos manter A lua cheia acesa (ou não ainda) Nem no seu nem no meu coração Eu vi você: Uma das coisas mais lindas da natureza E da civilização. *** Um comunista Um mulato baiano Muito alto e mulato Filho de um italiano E de uma preta haussá Foi aprendendo a ler Olhando o mundo à volta E prestando atenção No que não estava à vista: Assim nasce um comunista. Um mulato baiano Que morreu em São Paulo Baleado por homens Do poder militar Nas feições que ganhou Em solo americano A dita Guerra Fria Roma, França e Bahia. Os comunistas guardavam o sonho Os comunistas, os comunistas. O mulato baiano O Minimanual Do guerrilheiro urbano Que foi preso por Vargas Depois por Magalhães Por fim, pelos milicos Sempre foi perseguido Nas minúcias das pistas Como são os comunistas Não que os seus inimigos Estivessem lutando Contra as nações-terror Que o comunismo urdia Mas por vãos interesses De poder e dinheiro Quase sempre por menos Quase nunca por mais. Os comunistas guardavam o sonho Os comunistas, os comunistas. O baiano morreu Eu estava no exílio E mandei um recado Que eu que tinha morrido E que ele estava vivo Mas ninguém entendia. Vida sem utopia Não entendo que exista: Assim fala um comunista. Porém a raça humana Segue trágica sempre Indecodificável Tédio, horror, maravilha. Ó mulato baiano O samba o reverencia Muito embora não creia Em violência e guerrilha (Tédio, horror e maravilha). Calçadões encardidos Multidões apodrecem Há um abismo entre homens E homens, o horror! Quem e como fará Com que a terra se acenda E desate seus nós Discutindo-se clara Iemanjá, Maria, Iara Iansã, Cadija, Sara. O mulato baiano Já não obedecia As ordens de interesse Que vinham de Moscou Era luta romântica Era luz e era treva Feita de maravilha De tédio e de horror. Os comunistas guardavam o sonho Os comunistas, os comunistas. *** Funk melódico Não aprendi nada com aquela sentimental canção Nada pra alertar meu coração Mulher indigesta, você só merece mesmo o céu Como está no samba de Noel Você produz raiva, confusão, tristeza e dor Prova que o ciúme é só o estrume do amor Vá numa sessão de descarrego ou num médico Meu amor tem preço módico Não tenho um tijolo nem um paralelepípedo Só resta o funk melódico. (Não abrace abraçace essa letra-tijolo Esse papo de céu Foi só pelo Noel. Nem com cheiro de flor Bateria em você. Não sou bravo nem forte Nem mesmo do norte Sem canto de morte No meu HD. O paralelepípedo É um jeito de verso Que quer dizer raiva E mais raiva e mais raiva Raiva e desprezo e terror, Desamor. O tijolo é gritar: Você me exasperou. Que você me exasperou. Você me exasperou. Você me exasperou. Você me exasperou.) *** Vinco Eu que me posto exato entre teus lados Determino teu centro, sou teu vinco Finco o estandarte em teu terreno tenro Em teu terreno tenro em teu terreno Tu de par em par e essa passarela Da veia de tua fronte até o vazio Entre teus pés, teus pés outrora doces Hoje amargados de asperezas-passos Ásperos passos, pássaros sem fio Que obrigas-te a evocar em danças-ansas Danças que danças e lanças pra longe De mim de mim de mim de mim de mim Mesmo assim fundo o império no teu meio, China, gaucha pampeira, prenda minha Palavras castelhanas, lhanas lhanas As terras tenras, pés de terra e fluidos Terra que sente o próprio gosto, terra Vermelha e rosa de pétala íntima Mas terra onde eu hasteio uma nação De desfazer-me eu meu, eu eu, eu, eu. *** Quando o galo cantou Quando o galo cantou Eu inda estava agarrado Ao seu pé e à sua mão Uma unha na nuca Você já maluca de tanta alegria Do corpo, da alma e do espírito são Eu pensava que nós Não nos desgrudaríamos mais O que fiz pra merecer essa paz Que o sexo traz? O relógio parou Mas o sol penetrou Entre os pelos brasis Que definem sua perna E em nossa vida eterna Você se consterna E diz: não, Não se pode, ninguém pode ser tão feliz Eu queria parar nesse instante De nunca parar Nós instituímos esse lugar Nada virá Deixa esse ponto brilhar No Atlântico Sul Todo azul Deixa esse cântico Entrar no sol no céu nu Deixa o pagode romântico soar Deixa o tempo seguir Mas quedemos aqui Deixa o galo cantar. *** Parabéns Tudo mega bom, giga bom, tera bom. Uma alegria excelsa Pra você No paraíso astral que começa. Hehe *** Gayana O amor que vive em mim Vou agora revelar Este amor que não tem fim Já não posso em mim guardar Eu amo muito você Eu amo muito você Eu não vou mais me calar Eu não vou mais esconder Este segredo guardado Bem lá no fundo do peito Eu amo muito você Eu amo muito você Não adianta fugir Não adianta fingir Já me cansei de sofrer Por não poder lhe dizer Eu amo muito você Eu amo muito você Nem me interessa saber Se alguem vai condenar O meu amor é maior Do que a terra e o mar Maior que o céu e as estrelas Maior que tudo o que há E se um dia eu me for Para onde Deus me levar Mesmo assim meu amor Com você vai ficar. Violão e Voz: Caetano Veloso Guitarra e Coro: Pedro Sá Baixo, Teclados e Coro: Ricardo Dias Gomes Bateria, Percussões e Coro: Marcelo Calado *Moreno Veloso: Baixo e Pratos em ‘’Gayana’’ Gravado em Mixado no Rio de Janeiro. Related Torrents
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